Rio Grande do Sul – Vanessa Pedroso Cordeiro, técnica de enfermagem, foi condenada a 51 anos e 8 meses de prisão em regime fechado por tentar matar 11 recém-nascidos em 2009. A decisão veio após um julgamento no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (RS), que terminou na madrugada desta sexta-feira (12). O Ministério Público (MP) acusou Vanessa de administrar medicamentos controlados, incluindo morfina, sem autorização médica, colocando a vida das crianças em risco.
Durante o julgamento, o advogado de defesa, Flávio de Lia Pires, argumentou que “não há elementos que indicam substâncias no organismo de todas as crianças com sintomas” e destacou que sua cliente sofre de “doze transtornos mentais”.
O júri considerou Vanessa culpada por nove tentativas de homicídio qualificadas, absolvendo-a em um caso e desqualificando outro para lesão corporal. Os incidentes ocorreram enquanto Vanessa trabalhava em um hospital em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Os recém-nascidos apresentaram problemas respiratórios e convulsões, sendo internados na UTI Neonatal. Felizmente, todos sobreviveram.
Vanessa foi presa em flagrante após a polícia encontrar uma seringa e medicamentos em seu armário. Ela permaneceu em prisão preventiva por quase um ano. Segundo o MP, entre as substâncias encontradas em sua bolsa estava morfina.
Em seu interrogatório, Vanessa admitiu ter ministrado medicamentos aos recém-nascidos, embora não soubesse precisar o número de vítimas nem os medicamentos utilizados. Ela afirmou que administrava os remédios na boca das crianças com uma seringa e justificou suas ações alegando desconhecimento de seu transtorno mental na época.
“Não conseguia parar de fazer [ministrar os remédios], mesmo sabendo que era errado. O que lembro é que nunca virei as costas para nenhuma delas [referindo que auxiliou no socorro]”, disse Vanessa em seu depoimento.
Foto: Reprodução/ RBS TV
